terça-feira, 4 de janeiro de 2011

enfim*

Como fôlhas sêcas caindo de árvores em pleno Outono, facadas perdidas da discussão da noite, um apertar violento, sufocante, indesejado. Assim aumenta a ideia de que nada corre bem, falta algo, necessitas desse algo. É "ele" que te foge, ou serás tu que não o sabes procurar?
Relembra-se num escasso período uma frase dita, um momento passado, uma promessa esquecida, um orgulho perdido.
Sentes falta de acreditar que haverá qualquer coisa que desafie a teoria do "sempre ser irreal", falta do olhar fixo como um espelho que reflecte confiança e inocência, um olhar que fala e toca, sente e beija.
Quando tudo se perde, nada mais há a fazer se não tentar de novo. Tentar como um menino que tenta aprender pela primeira vez andar de bicicleta. Tentar como se a tua vida se resumisse ao verdadeiro sentido da palavra tentar, mas...
Abres o álbum de recordações e em todas as fotografias falta qualquer coisa que antes lá estava, que antes sempre lá esteve. Pegas no lápis e borracha e lançaste sem preconceitos para o mundo da escrita, mas nada sai, escreves algo mas riscas por cima com o lápis, falta algo!, não sôa bem, não está perfeito. sim, riscas com o lápis, a borracha essa, deixa-la de lado, não está perfeito mas saiu, não sôa bem mas pensaste, reflectiste e escreveste até, não se esquece, não se apaga.
É como o bater dos minutos de um relógio, o ponteiro não anda sem que bata os segundos, mas tu não queres o minuto, queres a hora e ela nunca mais chega, desesperas e acabas por te perder no tempo, os minutos parecem eternidades e não há volta a dar, o relógio não é teu aliado, o tempo escasseia e já nem ele te dá algo do teu esquecido algo pretendido.
Desencontras-te e perdes-te, vês a tua face reflectida em vários espelhos contraditórios uns aos outros, chegas perto de um deles e olhas-te nos olhos, encontraste finalmente a confiança e inocência, falas alto, pronuncias o teu nome próprio para que todos oiçam, dás a mão na tua própria mão que o espelho te oferece, sentindo um toque frio, sentes um orgulho tremendo, uma saudade inacabada de promessas que ainda irão a tempo de serem cumpridas, frases inventadas, momentos marcantes. Olhas por cima do ombro e não vês então nada, falta o desejo, falta o sentimento. Perguntas pelo algo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

palavra que te queria ouvir dizer

Apagam-se as luzes, acaba-se o dia. estou em paz e harmonia. refugio-me no meu canto, está escuro, está negro, somente encontro ainda o teu encanto. um passo com convicção, uma caminhada para essa paixão. caio e suspiro pelo teu braço, pelo teu levantar e pelo caminho de regresso. encontrei e sinto-me seguro, despertei e agarro todo o teu amparo. leve sonho, leve desejo, nunca será esse o meu primeiro beijo. quero-te já, quero começar. mas será à minha propria pessoa que tenho de perdoar. serás a primeira de cem, serás muito, serás pouco, serás algo, por isso estarás sempre bem. hoje é o dia, este é o momento. larga tudo e diz-me, "quero-te muito" .

domingo, 10 de outubro de 2010

o dia

um dia o mais provável é tornares-te num chato, deixares de sair á noite e começares a levar-te demasiado a sério. nesse dia, vais começar a vestir cinzento e bege, pedir para baixar o volume da música e deixar a tua guitarra a apanhar pó. vais tornar-te politicamente correcto, socialmente evoluído e economicamente consciente. vais achar que tens de ir para onde toda a gente vai e assumir que tens de usar fato e gravata todos os dias. nesse dia vais deixar de beijar em público, as tuas viagens serão mais vezes no sofá e dormirás menos ao relento. é oficial, vais entrar na idade do chinelo e deixar de ser quem foste até então, vais deixar de te sentar ao colo dos amigos e vais esquecer-te de como se faz um "bem-me-quer,mal-me-quer" ou um barco de papel. vais ficar nervosinho se não trocares de carro de quatro em quatro anos e desatinar se o hotel onde estiveres não te der toalhas para o teu macio e hidratado rosto. vais tornar-te muito crescido e começar a preocupar-te com tudo e com nada, e a não fazer nada porque,"vai-se andando" e a vida é mesmo assim. vais dizer que não podes, que não deves, que tens vergonha, vais ser mais triste, (...) quando esse dia chegar , não lhe fales.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

o porquê dos porquês?

Nunca me imaginei se quer um dia fazer algo do género, um texto, uma expressão, reflectindo todo o meu estado de espírito fraco, desulado, confuso. tudo o que eu sei hoje, neste momento, é que estou "mal" de espírito, NÃO SOU EU! por muito que me digas e digam para ter força e seguir em frente, que me digas e digam para não me rebaixar e desiludir, acredita e acreditem que não consigo ter forças para me levantar (e logo eu, que me acho sempre com tanta força!). na verdade, nunca estive preparado para isto. estava demasiado cego para querer ver que nunca é um mar de rosas, estava demasiado orgulhoso para admitir que, possivelmente, tudo o que é bom, um dia terá de ser mau! mas porquê? porque é que de um momento para o outro todas as certezas passam a incertezas, toda a confiança passa a desconfiança, e todo o prazer numa amizade desaparece?
como soubesses e soubessem que ficar calado, não te procurar mais uma vez faz doer.. imagina e imaginem a minha ânsia de pegar no telemovel, marcar o teu numero, ouvir do outro lado da linha a tua voz suave e carinhosa como sempre foi a dizer "estou?", e a partir desse momento nunca mais te queria ouvir, não mais te passaria a palavra. seria eu quem falaria até não poder mais. diria muita coisa, diria até de mais, diria tudo. mas diria! algo que agora não consigo fazer..
se soubesses e soubessem o quanto dói saber que a cada segundo, a cada minuto que passa te estás a afastar de mim, a afastar do nosso "sempre" prometido!
tenho pena de nunca te conseguir demonstrar que TU PODIAS RETRIBUIR-ME aquilo que eu te dava!
não tive oportunidade, não deste oportunidade de ter oportunidade de eu agarrar essa oportunidade. por isso agora estamos assim, mas eu NÃO QUERIA ESTAR ASSIM!
reparas e reparam agora no pano de contradicções e indecisões em que eu estou deitado?!
são perguntas que nunca terei resposta, porque puses-te FIM a algo que era demasiado importante para mim.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

J M A T

costuma-se dizer que falar na primeira pessoa nunca dá bom resultado. de facto, somos suspeitos para falar de nos proprios. diz-se que os outros sabem descrever-nos melhor que nos proprios. nunca uma afirmação foi tão falsa, e incorrecta como essa.
eu discordo. sei bem falar de mim e de tudo o que me rodeia. sem preconceitos, arrependimentos ou vergonhas. vergonhas? é o sentimento mais nulo que deve existir, se nao fosse ele talvez tudo hoje seria melhor, e o verbo afirmar teria muito mais sentido.
considero-me a melhor pessoa do mundo, tal como tu (aí desse lado) tambem te tens de considerar. nada nem ninguem é melhor que a nossa propria pessoa. no meu dicionário nao entram então as palavras preconceito, arrependimento, vergonha. em vez disso elevo as palavras igualdade, orgulho, persistencia.
cada um pinta a vida à sua maneira, eu tenho as minhas ideias, e as côres dessas mesmas ideias sei que pintarão o quadro da minha vida de uma maneira mais simbolica e bela possivel. respeitando quem a pinta de maneira diferente, todos nos ajudare-mos, aprendendo, ensinando. no fundo, vivendo! considero-me forte!
se os mais fracos desistem, e os mais fortes resistem, então eu serei eterno. levarei algo da vida, assim como a vida ficará com algo meu. traça a tela da tua vida, e aplica-lhe as mais lindas côres. será assim o mais lindo quadro que alguma vez pintarás ou imaginarás!

Com cumprimentos José Miguel Andrade Teixeira :)

sábado, 17 de julho de 2010

Convicção

As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todos os dias, mutantes, porém, leais com o que pensamos e sonhamos. Lembra-te, tudo se desmancha no ar, menos os nossos pensamentos, os nossos sonhos. O homem vive de razão e sobrevive de sonhos, então, nossos sonhos são a melhor parte da nossa vida.

Traçamos objectivos, escolhemos caminhos, apoiando-nos em ideias. Será sempre esta a nossa crença, a nossa realidade, a nossa convicção!

Poderás sempre sonhar, é um direito, é uma "prenda", um gosto, e esses teus sonhos lutando por eles e acreditando neles poderão te encher a mão e o peito com a sua realização, será o dignificar de um trabalho, de uma procura. será a convicção da certeza, do certo, do querer ganhar! mas serás tu e só tu, que conseguirá compreender essas mesmas ideias, que conhece melhor que ninguem esses caminhos, por isso, a procura da dita convicção é uma luta individual, singular!

Haverá por certo dias em que pensarás que todo o pensar, toda essa convicção é em vão, que a vida não passa de meras ilusões e injustiças, mas desengana-te. a vida é mais bela do que tu proprio a pintas. Sorri para a vida, porque ela sorri para ti.

Orgulha-te nas tuas acções, nos teus sentimentos. Levanta a tua cabeça e segue o teu caminho. Luta e procura o teu bem-estar. Segue, segue a tua PRÓPRIA convicção.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Destino?

Não imagines um outro eu, não te envergonhes de quem e como és! Tudo na vida tem um objectivo, e tu não foges à regra, estás cá, deixa a tua marca, ganha o teu espaço, orgulha todo o teu ser, sente, vive, despreza o que não te é digno. é este o nosso destino(?!).
Destino? que palavra tão duvidosa, (ir)realista, divisória. o destino será tudo aquilo que foi pensado e construido para cada um de nós, mas cada um de nós tem o direito e a "loucura" de construir o nosso futuro, no fundo, o nosso proprio destino. devemos ser nós proprios a mandar nele, sonhando e criando. procurando e batalhando.
se assim não fôsse, que piada teria a vida se já tudo em nós estivesse traçado deste o inicio do nosso respirar?